Top 14: “Somos equilibristas…”, para Damien Dussault, os agentes não são (ainda) reconhecidos pelo seu verdadeiro valor

Com a temporada regular do Top 14 sendo retomada, um agente nos conta o quão instável esse status continua.
Embora o rúgbi esteja evoluindo economicamente, ainda existe uma enorme lacuna entre ele e o futebol. De fato, Damien Dussault, agente de vários jogadores de rúgbi que atuam no Top 14 e no Pro D2, compartilha uma opinião bastante clara sobre o assunto. "O rúgbi ainda não é um esporte tão global quanto o futebol, o que complica nosso trabalho..."
Para sustentar seu ponto de vista, ele usa o exemplo de monitorar um jogador aleatório que ainda joga no sub-21 e tenta fazer uma ligação entre os dois esportes: "No futebol, existe o Wyscout, um aplicativo onde você pode ver o desempenho de todos os jogadores de futebol, até mesmo os mais jovens... Aplicativos como esses não existem no rúgbi, então é mais complicado e demorado criar um currículo para um jogador jovem para recomendá-lo a determinados clubes."
Pule o anúncio"Na França, os agentes são pagos pelos clubes, o que significa que um jogador não tem compromisso direto com seu agente; ele pode mudar quando quiser."
Damien Dussault
À medida que prossegue seu discurso, Damien Dussault destaca alguns pontos importantes que gostaria de ver mudados. Primeiro, ele explica que a situação dos agentes no rúgbi continua um tanto precária: "Na França, os agentes são pagos pelos clubes, o que significa que um jogador não tem compromisso direto com seu agente; ele pode mudar quando quiser."
Então, ele gostaria que as coisas mudassem. "Estamos em busca de equilíbrio. Mesmo que cada federação em cada país gerencie os agentes dos jogadores como bem entender, assinar contratos públicos com os jogadores, como é o caso no futebol, mudaria muita coisa. Isso nos daria mais segurança. E forçaria os jogadores a construir relações de confiança conosco, os agentes."
Embora tenha uma opinião forte, Damien Dussault reconhece que muito progresso foi feito em prol dos interesses dos agentes nos últimos tempos. "Hoje, temos um sistema que não é perfeito, mas está avançando. Há muitos pontos positivos."
"Ele deve ser um bom ouvinte, um bom vendedor e, acima de tudo, ter perfeito conhecimento jurídico. Ele deve apresentar seu jogador da melhor maneira possível."
Loïs Guérois, pilar do CO
A perspectiva dos jogadores é um pouco diferente. Loïs Guérois, atualmente jogando pelo Castres Olympique, assinou seu primeiro contrato profissional sem a ajuda de ninguém. Ele nos conta sua perspectiva. "Assinei meu primeiro contrato profissional com o Castres quando tinha apenas 20 anos. Naquela época, eu não estava sendo monitorado, e isso não me incomodava; o Castres Olympique não é o tipo de clube que coloca letras miúdas nos contratos."
Com o tempo, ele admite que ser seguido o ajudou muito. "Ter um agente me permitiu conseguir um contrato que eu jamais teria conseguido sozinho, você tem que admitir." Ele, no entanto, insiste nas qualidades necessárias para um agente. "Ele deve ser um bom ouvinte, um bom vendedor e, acima de tudo, ter perfeito conhecimento jurídico. Ele deve mostrar seu jogador da melhor maneira possível."
Pule o anúncioQuando chegou a Castres vindo de Auch, o pilar central era o único jogador do elenco que não tinha um agente ao seu lado, uma escolha pessoal da qual não se arrepende nem um pouco. "Me senti muito confortável imediatamente em Castres, não precisei que ninguém tomasse minha decisão, o contrato era muito claro, eu tinha um compromisso de dois anos, eu sabia o que isso significava. Se tivesse que voltar, não mudaria nada."
Ele continuou discutindo seu futuro papel com os jovens jogadores: "Se algum dia um jovem jogador vier até mim e disser que quer assinar com o Castres, eu lhe diria para confiar no clube. Por outro lado, se ele precisar de um agente, é claro que eu o ajudarei."
lefigaro